Possibilitar que os estudantes compreendessem, aprofundadamente, as transformações, através dos tempos, do espaço geográfico do Centro do Rio de Janeiro e como elas têm reflexo no seu entorno, gerando demandas sociais e motivando o desenvolvimento de políticas públicas: com tal objetivo, o Colégio Notre Dame Recreio promoveu uma aula externa, da qual participaram os concluintes do Ensino Médio.
Idealizada pelos docentes de Geografia e História, Marcelo Lupp e Pablo Hernandez, a iniciativa permitiu que, in loco e interdisciplinarmente, os adolescentes construíssem saberes sobre as reformas urbanas, especialmente a Reforma Pereira Passos, e seus impactos na região central da cidade. “Também foram abordadas questões relativas ao tráfico de escravos, assim como elementos socioculturais das comunidades negras do Rio de Janeiro – como o samba”, comenta Marcelo, esclarecendo que, durante visita à exposição sobre o ritmo, no Museu de Arte do Rio, puderam conhecer mais sobre a sua história. Complementarmente ao aprendizado a respeito desse movimento cultural, os educandos visitaram a Pedra do Sal – um importante espaço ligado a ele, onde puderam ser debatidos os conceitos de território e territorialidade, prossegue o educador. Marcelo, ainda, destaca a visitação ao Cais do Valongo, considerado Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, por ser um dos mais importantes vestígios materiais, fora da África, do tráfico atlântico de africanos escravizados.
Dessa maneira, como avalia o docente, a experiência proporcionou aos estudantes a aproximação entre teoria e vivência. “Foi um momento de imenso ganho pedagógico, pois oportunizou a interação com os espaços e a obtenção de novas informações sobre os temas estudados”, afirma. Além disso, a aula externa colaborou com a preparação para o vestibular, pois, atualmente, as provas têm caráter reflexivo, exigindo dos candidatos postura crítica e amplo repertório sociocultural. “As experiências fora da sala de aula contribuem, de maneira contundente, para que o educando possa articular os diversos e densos conteúdos teóricos com a prática cotidiana e com o mundo no qual ele está inserido”, conclui Marcelo.